Dia_distorcido*

Coisas estranhas acontecem. Dias distorcidos, som de gente que não existe mais ou foi embora.

Uma noite, minha irmã e eu ouvimos passos hesitantes junto com o som de uma bengala, como se nosso avô estivesse subindo as escadas depois do café da manhã de domingo. No entanto, não era manhã de domingo e nosso vovô já tinha morrido! Os sons assustadores pararam quando nossa mãe foi ao nosso quarto, para nos tranquilizar. Mais tarde, porém, soubemos que nossa mãe havia passado a noite toda fora de casa, cuidando de nossa avó, que morreu mais tarde, naquela mesma noite.

Sem saber o que dizer a respeito de coisas enormes, às vezes é melhor arriscar palpites já que nem sempre o que ouvimos corresponde ao que imaginamos ser. Nem sempre o que entendemos com os olhos representa de fato o que se apresenta ao nosso olhar.

Então talvez seja bem sensato pensar que há mais coisas no mundo do que os olhos conseguem enxergar ou que possam ser percebidas pela tecnologia criada pelo homem. Isto é escrito há séculos, mas nunca entendo muito bem e a gente esquece.

Em quase todos os movimentos da vida, é bom ter a mente bem ancorada em algo que ela possa se segurar. Porque as tempestades existem. Estamos a todo momento sendo varridos por elas. E nelas trabalham forças de todo tipo. Ninguém quer ser massacrado por estas coisas, mas isto quase sempre acontece. Gostariam de escolher onde se segurar mas na maioria das vezes se seguram aonde conseguem. Em certos casos é bom estar no alto, em outros o melhor é embaixo do chão.

É melhor as vezes se encolher, como uma bolinha em um canto fingindo que nada acontece, até que por estresse talvez a mente mergulhe e uma nova ilusão e do zero a gente reinicia.

Totalmente limpos, desmemoriados e fora de controle dizemos que não é o dia 999. Hoje é o dia 01.

Diga que não pode e também que não quer acreditar.

E lá vem a distorção começando a mesma coisa tudo de novo.

Acordado estação loucura

Dizem por aí que a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes e esperar resultados diferentes. Eu entendo a lógica por trás do ditado, mas acho errado. Pode ser que em determinados lugares ou condições dependendo do tempo alguma coisa diferente aconteça. A não ser que algo sobrenatural ocorra.

Eu entrei no prédio por causa de uma aposta. Eu estava precisando de dinheiro e não liguei para as antigas lendas do hotel para começar, então cinquenta foi mais do que suficiente para tentar realizar a aposta.

Foi simples. Bastava chegar ao andar superior, o 45º andar, brilhar minha lanterna de uma janela.

O prédio que um dia foi um hotel era decadente velho e quebrado, incluindo o elevador, o que significava subir as escadas. Então subi as escadas e fui.

Quando chegava a cada nível, notei as antigas placas de latão exibindo os números do andar. 15, 16, 17, 18. Eu me senti cansado quando subia mais e mais, mas até agora, sem fantasmas, sem canibais, sem demônios. Só meus passos me distanciando do início.

Tava fácil. Eu não posso te dizer como eu estava feliz quando entrei naquele último trecho de números. Eu alegremente os contei em voz alta em cada plataforma. 40, 41, 42, 43, 44, 44.

Parei e olhei para baixo, descendo as escadas. Eu devo ter errado, então continuei. 44. Mais um lance. 44. E depois descer dez lances de escada. 44. Quinze lances de escada. 44. E assim tem sido desde que me lembro.

Então, realmente, a insanidade não é fazer algo repetidamente e esperando resultados diferentes. É ter a certeza que os resultados nunca vão mudar. Preso eternamente numa ratoeira que cada porta leva à mesma escada, para o mesmo número. Percebendo que você não dorme mais. Não sei se estou correndo há dias, semanas ou anos. É quando os soluços se transformam em gargalhadas.

As vezes gosto de imaginar que estou num hospício trancado em uma cela amarrado delirando. Melhor que este inferno que por mixaria aceitei entrar.

Um primeiro dia

Amigo monstro


Ele acordou com as enormes criaturas parecidas com insetos que pairavam sobre a cama e gritou quase colocando os pulmões para fora.
Eles saíram rapidamente do quarto e ele ficou acordado a noite toda, tremendo e se perguntando se tinha sido um sonho. Teve um pouco de febre. Sentia o corpo dolorido de adrenalina e tensão. Na manhã seguinte, houve uma batida na porta. Reunindo sua coragem, ele a abriu para ver um destes monstros gentilmente colocar um prato cheio de café da manhã frito no chão, em seguida, retirar-se para uma distância segura. Confuso, ele aceitou o presente. As criaturas se agitaram animadamente. Isso acontecia todos os dias durante semanas.
No começo, ele estava preocupado que eles estavam engordando-o, mas depois que um café da manhã particularmente gorduroso deixou-o doente segurando seu estômago de azia, eles foram substituídos por frutas frescas. Além de cozinhar, serviram-lhe banhos quentes e fumegantes e até o colocavam para dormir.
Foi bizarro.
Uma noite, ele acordou com tiros e gritos, muitos gritos. Ele correu escada abaixo para encontrar um ladrão decapitado sendo devorado pelos insetos. Ele estava doente, mas descartou os restos do cadáver da melhor forma que pôde. Ele sabia que eles tinham acabado de protegê-lo.
Uma manhã, as criaturas não o deixaram sair de seu quarto. Deitou-se confuso, mas confiante, quando o levaram de volta para a cama. Quaisquer que fossem seus motivos, eles não o machucariam.
Mais tarde, sentiu uma dor ardente. Ela se espalhou por todo o corpo. Parecia que seu estômago estava cheio de arame farpado. Os insetos se chocaram agoniados quando ele se coçou, se espancou e gemeu.
Foi só aí que ele sentiu larvas de fogo terrível a se contorcer debaixo de sua pele. A verdade o imobilizou de pavor. Percebeu que os insetos não o estavam protegendo. Nunca foi isto. Eles estavam é protegendo seus filhotes. Ele era o hospedeiro do inferno.
############################################
Uma VPN em 2019 Que funciona legal em Linux Notebook e PC Linux, Android e até Windows e oferece extras num preço razoável é a Windscribe estou testando e tá bom!
############################################

Não irmão são


Eu odeio quando meu irmão Carlito tem que ir embora. Caminhos sobrepostos.
Meus pais constantemente tentam me explicar como ele está doente. Que eu tenho sorte de ter um cérebro onde todos os produtos químicos fluam adequadamente para os seus destinos como rios desimpedidos. Quando eu reclamo sobre o quão entediado estou sem um irmãozinho para brincar, eles tentam me fazer sentir mal, apontando que o tédio dele provavelmente ultrapassa o meu, considerando seu confinamento em um quarto escuro em uma instituição.
Eu sempre imploro para que eles lhe deem uma última chance. Claro, eles fizeram no começo. Charlie voltou para casa várias vezes, cada uma com duração menor que a anterior.
Toda vez que, sem falhar, tudo começa de novo. Os gatos da vizinhança com olhos arrancados aparecendo em seu baú de brinquedo, as giletes do meu pai caíram no carrinho de bebê no parque do outro lado da rua, as vitaminas da mãe foram substituídas por pastilhas de lavar louça.
Meus pais estão hesitantes agora, usando o último recurso com moderação. Eles dizem que sua desordem o torna encantador, torna fácil para ele falsificar a normalidade e enganar os médicos que se importam com ele a pensar que ele está pronto para a reabilitação.
Eu ouví uma velha canção. “Este caminho não há outro que por você faça. O caminho só existe, quando você passa.”
Então dizem eles que vou ter que aturar o meu tédio se isso significar ficar a salvo dele. Eu odeio quando Carlito tem que ir embora. Isso me faz ter que fingir ser bom até ele voltar. Subterrâneo.
############################################
Uma VPN em 2019 Que funciona legal em Linux Notebook e PC Linux, Android e até Windows e oferece extras num preço razoável é a Windscribe estou testando e tá bom!
############################################

Selfie Maligno

Um par de meses atrás, a prima de minha amiga (uma mãe solteira) comprou um novo celular. Depois de um longo dia de trabalho, ela chegou em casa, colocou o telefone no balcão e foi assistir à TV; seu filho veio até ela e perguntou se ele poderia brincar com seu novo telefone. Ela disse a ele para não ligar para ninguém ou mexer com mensagens de texto, e ele concordou. Por volta das 11h20, ela estava sonolenta, então decidiu colocar o filho no colo e ir para a cama. Ela andou até o quarto dele e viu que ele não estava lá. Ela então correu para o seu quarto para encontrá-lo dormindo em sua cama com o telefone na mão. Aliviada, ela pegou o telefone de volta da mão dele para inspecioná-lo. Navegando por ele, ela notou apenas pequenas alterações, como um novo fundo, banner, etc., mas depois abriu as fotos salvas. Ela começou a deletar as fotos que tirara, até restar apenas uma nova foto. Quando ela viu pela primeira vez, ela estava em descrença. Era seu filho dormindo em sua cama, mas a foto foi tirada por alguém acima dele e mostrava a metade esquerda do rosto contorcido de uma criatura idosa.

Reforma Visceral

Nós compramos uma casa velha. Sim. Nós dois compramos.

Ele é responsável pela nova construção – convertendo a cozinha para o quarto principal, por exemplo, enquanto eu estou no serviço de remoção de papel de parede. O proprietário anterior cobriu cada parede com papel de parede de cima abaixo! Removê-lo é brutal, mas estranhamente satisfatório.

A melhor sensação é obter uma casca longa, semelhante à sua pele quando você está descascando de uma queimadura solar. Eu não sei sobre você, mas eu meio que faço um jogo de peeling, em busca de uma tira mais longa antes que ela se rasgue. Sob uma seção de canto de papel em cada sala, está o nome de uma pessoa e uma data.

A curiosidade levou a melhor uma noite, quando eu pesquisei um dos nomes no Google e descobri que a pessoa era realmente uma pessoa desaparecida, a data do desaparecimento correspondendo à data sob o papel de parede!

No dia seguinte, fiz uma lista de todos os nomes e datas. Com certeza, cada nome era para uma pessoa desaparecida com datas a combinar.

Nós notificamos a polícia que naturalmente enviou a equipe da cena do crime. Um monte de aparelhos tecnológicos, químicos e biológicos. Eu a observar sem saber o que dizer…

“Sim, é humano. – Afirmou um técnico.”

“Humano? O que é humano? – Perguntei sem entender nada.”

“Senhora, onde está o material que você já removeu das paredes?”

“O quê? O papel de parede velho?”

“Senhora, o que você estava removendo não era papel de parede.”

Não vou fazer isto por você!

Ah que horror!

"Eu não vou fazer isso por você."
"Eu não vou fazer o que você me diz para fazer!

Essas foram umas frases que eu ouvi mais do que qualquer outra durante a minha infância. Se foi dirigido a mim ou a um dos meus irmãos, não importava. Talvez você tenha tido uma criação parecida, talvez, como eu, tivesse pais e avós que o ensinaram em uma idade jovem a assumir a responsabilidade por seus pensamentos e ações. Talvez você tenha notado a crueldade inteligente que existiu em algum jovem um dia. Eles acham que posteriormente não haverá repercussões e, quando elas acontecem nunca as associam às coisas destrutivas que executaram outrora. Porque o jovem de ontem e de hoje deseja tanto ver, sentir, testemunhar a morte e derramamento de sangue desde que não seja o dele? Por que tantos chegam as vias de fato e na falta de ação, provocam de maneira direta e indireta assassinatos? Por que os que tem sucesso nisto, continuam a fazer de novo e de novo a vida inteira e ninguém nota ou anota? Estas coisas medonhas o que acontece com eles? Simples. Muitos sobrevivem se tornam adultos e o sofrimento se abate sobre eles assim como acontece a todos nós. A única diferença, é que talvez eles mereçam.

"Eu não vou fazer isto por você."

As crianças hoje em dia parecem muito folgadas. E como um homem adulto e pai estabelecido, não é surpresa que eu tenha me encontrado repetindo o mesmo conjunto de palavras para meus próprios filhos.

Quando meu filho mais velho tinha 10 anos, ele teve problemas na escola porque estava discutindo com a professora. Depois de deixar o escritório do diretor nós caminhamos com uma parede invisível de silêncio entre nós.

O diretor decidiu que ele deveria escrever uma carta de desculpas, uma decisão que eu definitivamente concordei. Depois de chegar em casa, sentei-me à mesa da cozinha com um lápis e papel. Ele olhou para eles por um momento antes de olhar nos meus olhos.

"Eu não vou fazer isso por você."

Quando ele fez 12 anos, pegamos um cachorrinho como presente de aniversário. Ele vinha pedindo outro cachorro há alguns anos desde que nosso outro falecera. Minha esposa e eu dissemos a ele que faríamos isto no tempo que ele concordasse em ser responsável por cuidar do cão. Não que não ajudássemos quando necessário, mas vimos isso como uma oportunidade para nos mostrar que ele poderia lidar com isso. Para ele mostrar que era responsável. E assim fizemos e ele também fez como tinha prometido e nós todos, incluindo o filhote de cachorro por algum tempo, fomos uma família quase feliz. Mas mais uma vez ele foi descuidado e deixou alguns doces de chocolate jogados onde o cachorro poderia encontrar. Chocolate é veneno para cachorros, especialmente filhotes. Ficamos todos arrasados. O pior foi pro meu filho.

Nós concordamos em dar ao cão um enterro apropriado no quintal, mas nosso filho não queria ser o único a fazê-lo. Expliquei que isso fazia parte do cuidado com o cachorro, mesmo na morte ele era responsável pelo bichinho. Eu entreguei a pá para ele.

"Eu não vou fazer isso por você."

Então, ontem à noite, eu estava sozinho em casa à noite, quando a campainha tocou. Meu filho, agora um homem jovem, estava na varanda da frente, mãos e roupas vermelhas de sangue. Seu cabelo estava uma bagunça e ele tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.

"Papai eu fiz algo terrível. Eu não queria."

Olhei dele para o carro que ele tinha estacionado em nossa garagem. As faixas de sangue vermelho se destacaram imediatamente contra o branco do porta-malas e do para-choque.

Eu olhei consternado de volta para o meu filho, que agora estava olhando para o chão.

"Vá até a garagem. Moleque maldito, desatento, folgado!" - Rosnei eu amargo me dizendo, não importa o que ou quem.

Eu no fundo, sempre soube que o mal ou uma má pessoa, pode ser muitas vezes a soma de dois ou três pecados que a gente deve se esforçar para não cometer que são:

Não prestar atenção nas coisas, não aprender com os erros, ser desleixado, preguiçoso e fechar os olhos evitando fazer o certo (seja lá o que isto signifique).

Peguei algumas coisas no quarto de ferramentas e saí para encontrá-lo. Ele havia parado de chorar.

Eu derrotado entreguei a pá para ele. Olhamos para o gramado e para a pequena horta de 2x4 que eu cultivo.

"Eu não vou fazer isso por você."

---

Até Breve!

---

Dicas sugestões e até mesmo críticas construtivas são muito bem-vindas!

🙂

Canoa recordações do terror

Há algo assustador na floresta. Talvez sejam as sombras profundas, os animais invisíveis à espreita ou a ausência de pessoas e luzes. E a terra se lembra das coisas.

A terra se lembra sim. Certa noite, acampei perto de onde havia uma represa de um rio antigo. O ambiente era um pouco opressivo. Terra velha cheirando a vegetação se decompondo e também se re-compondo. Não me parecia ser um lugar que um dia renasceria belo outra vez jamais. Todavia tinha uma beleza lúgubre. Eu remei a minha amiga canoa até tarde, então apenas coloquei uma lona sobre a velha companheira me arrastei debaixo dela e adormeci. No meio da noite, acordei ao som de água rugindo. Me arrastei para fora debaixo da lona e o som parou. Eu pensei que devia estar imaginando ou era o vento através das árvores ou algo assim.

Eu me arrastei de volta sob a lona e o som começou novamente. Desta vez, quando eu rastejei para fora, não parou. O som ficou mais e mais alto. Percebi que soava como água rasgando a floresta. Até meus cachorros ficaram de pelos eriçados. Eu rapidamente puxei a lona da canoa e a arrastei até o topo de uma cordilheira e esperei para ver o que estava fazendo aquele barulho.

Então eu ouvi as vozes, homens gritando e um ruído surdo. Eu me agachei ao lado do barco, puxei os cães para perto e esperei o sol subir para descobrir o que estava acontecendo. A manhã chegou e não havia nada para ver. Até hoje não sei o que era, mas tenho minhas ideias. Não vou acampar lá nunca mais. Disseram-me que a terra lembra, e tudo bem, eu só não preciso estar lá quando ela está lembrando.

fonte

Som estranho no matagal

terror nas samambaias

---

Acampar não é para todos. Sem banheiros, exposição aos elementos, criaturas vagando livremente. E essas criaturas nem sempre são da variedade rotineira da floresta.

Se isso não for suficiente para dissuadi-lo de arrumar suas coisas e marchar para a floresta, continue lendo para saber uma história de acampamento particularmente assustadora que talvez vá mantê-lo fora do matagal para sempre.

Um Estranho Som no Bosque

Há alguns anos, um arqueólogo, estava entre um grupo de pessoas que fazia uma pesquisa no meio de uma floresta.

A tripulação tinha ido para casa, e apenas ele e seu chefe foram deixados para terminar algum mapeamento, a quilômetros de distância da cidade mais distante. Eles saíram mais para o mato, cerca de uma hora fora. Assim que chegaram, toda a área escureceu.

Ele e seu chefe afastaram mal sentimentos em favor de seu trabalho. Cerca de 15 minutos depois, eles ouvem um som alto de "womp". Ambos pararam, pensando que o som devia ter sido sua imaginação. Então, eles ouviram novamente.

Desta vez, foi tão alto que ambos sentiram pressão em seus corpos e ficaram arrepiados.

Eles fugiram do local o mais rápido possível.

Uma década depois, pensar nisso ainda assusta.

Era um terreno pantanoso de onde brotavam grandes bolhas de gás. Se uma bolha destas rebentasse próxima a eles, seriam engolidos pelo pântano sem deixar vestígios.

Veja só que o mundo é mundo e não é conto de fadas.

Lute, sobreviva, fuja e sempre tenha medo. Porque o chão tem boca de verdade e esta boca pode a qualquer momento te engolir e aí você já era!

Até Breve!

🙂

Perdidos na floresta


Uma história para assustar crianças já contada e recontada pode ser de novo.


É sobre um homem e uma mulher que se perdem nas montanhas e se deparam com uma velha cabana.

Um dia, um casal foi caminhar nas montanhas. Quando o sol começou a se pôr, eles perceberam que estavam perdidos. A mulher estava ficando preocupada, mas o homem tentou acalmá-la e garantiu que acabariam encontrando o caminho de volta para o carro. No entanto, depois de caminhar por horas, eles ainda não tinham ideia de onde estavam.

Estava ficando escuro e o homem e a mulher estavam ficando desesperados. Eles não tinham um mapa ou uma bússola com eles e todas as árvores pareciam iguais. Quando eles estavam prestes a entrar em completo desespero, encontraram uma velha cabana em uma clareira.

A cabana parecia ter visto dias melhores. Estava dilapidado e parecia que não tinha sido usado há muito tempo. Algumas das janelas estavam rachadas e quebradas e muitas das telhas haviam caído do telhado. O marido bateu na porta da frente, mas não houve resposta. Quando ele girou a maçaneta, ela lentamente abriu.

No interior, eles descobriram que estava em péssimo estado de conservação. Havia muito pouca mobília e o chão estava coberto por uma espessa camada de poeira. Quando o casal olhou cautelosamente ao redor, eles notaram uma atmosfera estranha e um peculiar cheiro de mofo.

As paredes estavam cobertas do chão ao teto com pichações. Escrito em tinta vermelha, as palavras “Morte! Morte! Morte! Morte! Morte! ”Repetiam-se repetidamente.

O homem e a mulher estavam enervados. Com a mão trêmula, o marido estendeu a mão para tocar a parede. Ele ficou horrorizado ao descobrir que a tinta ainda não estava seca.

O casal estava muito assustado, mas eles não tinham mais para onde ir. Eles sabiam que a montanha era perigosa à noite e havia muitos animais selvagens rondando a floresta. Apesar da escrita assustadora nas paredes, decidiram passar a noite.

Subindo as escadas, encontraram um colchão comido pelas traças que estava coberto de manchas. O marido e a esposa se enrolaram em um velho pedaço de carpete para se aquecer e tentaram se sentir o mais confortável possível sob as circunstâncias. Eles se deitaram juntos no colchão e finalmente conseguiram adormecer.

Algum tempo depois da meia-noite, o casal foi acordado por um estranho farfalhar. Parecia que alguém ou alguma coisa estava se movendo do lado de fora do barraco.

"Você ouviu isso?", Perguntou a esposa. "Eu acho que tem alguém lá fora."

O marido dela escutou por um tempo, mas ele não ouviu nada. Ele saiu da cama e foi até a janela. Estava muito escuro lá fora para ver qualquer coisa. Abrindo a janela, ele enfiou a cabeça para fora.

"Quem está aí?", Ele chamou nervosamente. Não houve resposta. Ele estava prestes a voltar para a cama quando sua esposa disse: "Talvez seja alguém que não pode falar ..."

O marido voltou para a janela e disse:

“Tem alguém aí? Bata palmas uma vez para o SIM e duas vezes para o NÃO.”

Ele esticou os ouvidos para ouvir. As estrelas cintilavam no céu noturno. Os grilos estavam cantando alto.

De repente, ele ouviu um PLAC alto!

O homem virou-se para a esposa e disse, surpreso:

“Você estava certo. Tem alguém lá fora.

Ele se inclinou para fora da janela e seus olhos examinaram a escuridão. Ele não conseguia distinguir nada no escuro.

"Você é o dono desta cabana?", Ele perguntou.

PLAC! PLAC!

“Você é um homem?”

PLAC! PLAC!

“Então você é uma mulher?”

PLAC! PLAC!

“Você é uma pessoa?”

PLAC! PLAC!

Um arrepio percorreu sua espinha. Ele engoliu em seco e resmungou: "Você veio aqui só?"

PLAC! PLAC!

“Quantos estão com você? Bata palmas uma vez para cada um.”

PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC! PLAC!…

fonte

A verdade de coração

semanickz

Devorando de coração

Ela já havia encontrado o anel de noivado escondido na gaveta de meias dele. Era de se esperar a moça dizer isto. Resolvi continuar em silêncio escutando ela contar sua história. A pequena mentira em que acreditava. Ela fala, eu escuto. Sei que inevitavelmente no final, chegarei temporariamente a alguma conclusão.

Agora ele estava me levando em uma escapadela romântica de fim de semana. Um piquenique na base de uma cachoeira. Era para ser o melhor dia da minha vida, mas agora ele está morto e é tudo culpa minha. Eu estava pronta para dizer sim. É tudo em que consegui pensar no caminho pelo parque estadual. Minha família nunca pensou que duraria, mas eu ia provar que eles estavam errados. Papai o chamava de um garoto bonito, e toda vez que ele via uma princesa da Disney, ele apontava e perguntava: "Ei, esse não é o seu namorado?" Eu apenas sorria e revirava os olhos. Eles pensavam que só porque ele era bonito é que eu estava com ele, que eu estava sendo superficial, mas ele era muito mais do que isso. Ele era gentil, inteligente e engraçado, e ainda mais importante, ele me fazia sentir exatamente como eu merecia. Porque eu sou muito bestinha. Insegura na alma eu desconfio direto. Preciso que alguém me faça sentir princesa, em vez de ir a luta por mim mesma e ver se conseguia ser verdadeiramente uma.

Tudo estava perfeito naquela noite, exceto eu. "Algo" dos Beatles tocava em um aparelho de som portátil, e uma dúzia de velas estavam espalhadas no chão ao nosso redor. Havia champanhe em um balde de gelo, estrelas no céu e o amor da minha vida saindo de sua cadeira para cair de joelhos.

"Hmmm", provavelmente não era a resposta que ele esperava. Não era o que eu estava esperando dizer, mas foi o melhor que eu pude fazer.

- Hmmm? - Ele perguntou incrédulo. - Eu não dirigi todo o caminho até aqui por um hmmm.

Eu estava congelada. Eu ensaiei este momento mil vezes na minha cabeça, mas meus anseios não me prepararam para o terror ofegante do momento real. Tudo o que eu conseguia pensar era nas palavras do meu pai, imaginando se era apenas a aparência dele que me atraía. Daqui a dez anos, quando ele ficar careca e gordo, eu ainda acharei suas piadas engraçadas? Quando tivermos filhos e momentos românticos como esse forem substituídos por tarefas e rotinas diárias, ainda vou olhá-lo da mesma maneira? Ou ainda mais provável, e se ele ficasse entediado de mim?

“Hmmm,” Disse novamente.

“Inacreditável.” - Disse ele. “Fodidamente inacreditável.”

“O quê? Eu não disse não!”

- Você não precisava. - Ele não estava mais ajoelhado. Ele nem estava de frente para mim, apenas olhando para o vazio da noite.

- É uma questão séria! - Eu poderia ter dito sim, mas me senti obrigada a me defender. - Não há nada de errado em tirar um momento para refletir, pensar sabe?

- Leve o tempo que precisar. Eu vou caminhar.

Mais uma vez tive uma chance. Eu poderia correr até ele e abraçá-lo e dizer - Claro, que quero passar minha vida com você! Mas bastou que ele desse alguns passos para sair da escassa luz das velas, eu comecei a me recompor.

O CD terminou de tocar e consegui distinguir um estranho som borbulhante separado do barulho de cascata. Minha respiração rápida ficou bem alta, mas não abafou o sussurro murmurante da água escura.

“Querido? Você ainda está aí?”

O sussurro ficou mais alto - uma voz rouca e baixa que não soava como ele, vindo logo além do anel de luz. Eu não conseguia entender cada palavra, mas algumas eram inconfundíveis.

“Hmmm… Sua dúvida… seu medo… delicioso.”

Essa última palavra soou com particular clareza, prolongada e saboreada como se cada sílaba fosse provada.

Ele estava usando um truque para me balançar um pouco. Isso significava que meu querido não poderia ter levado minha hesitação muito a sério. Eu respirei um profundo suspiro de alívio, mas não tive a chance de exalar completamente antes de ouvir o estalo de galhos. Então, um palavrão abafado - todo o caminho até a colina em que havíamos caminhado.

“Querido, é você?” Eu chamei, minha própria voz tão fraca e insignificante sob a pressão das florestas que se avultavam ao meu redor. "Volte! Vamos conversar.”

- Tudo bem. Estou chegando. - Isso foi da colina novamente. Então não tinha sido ele.

"Eu posso te mostrar", sibilou o sussurro. Uma agitação de movimento atrás de mim. Eu girei bem a tempo de pegar algo como uma lesma longa desaparecendo além da luz. Ah meu Deus, será que estou em um delírio de Lovecraft - Pensei meio anestesiada de medo.

“Eu posso te dizer o que ele sente,” o sussurro veio do mesmo lugar. “Eu posso dizer o que ele realmente quer, e se você pode dar a ele.”

Eu ouvi meu namorado tropeçar - ainda a uma distância razoável de onde eu estava.

- Ok, sim. - Eu disse sim, desperdiçando a benção que é a ignorância relacionada a quase tudo neste mundo.

Se um som pode se enrolar como um sorriso, é exatamente isso que o chiado fez. Então desapareceu, sua sombra quase imperceptível escorregou para a escuridão mais profunda.

"Espere, eu estou quase aí", meu lindo homem gritou da mesma direção.

- Meu querido cuidado! - Gritei sem pensar direito. - Há algo perigoso aqui!

Seu grito oprimiu a água que espirrava e encheu o céu de horizonte a horizonte. Tortuoso, gutural e longo o suficiente para que ele parasse para respirar e começar a gritar de novo.

Eu estava correndo em direção a ele o mais rápido que pude, mas fiz um progresso lento assim que entrei na escuridão. Eu continuei tropeçando em rochas escondidas ou cegamente derrapando através de vegetação rasteira, liderada por nada fora seus gritos, que pareciam durar para sempre.

Mas para sempre é um sonho do qual todos são forçados a acordar, e ele ficou em silêncio no momento em que o encontrei. A lesma que vislumbrei repousou em seu peito, pulsando enquanto se enterrava na sua cavidade de peito esfolada. Era tão largo quanto um tronco de árvore, talvez com um metro e meio de comprimento, talvez mais dependendo de quão profundamente aquilo se movia dentro do corpo dele.

- Você ainda quer saber? - O sussurro veio da extremidade livre da lesma. - Tudo o que ele sabia, tudo o que ele sentia, seu coração não está escondido de mim.

Seria errado ouvir esse monstro que se deleitava com ele? Ou pior, seria desrespeitoso se afastar e perder para sempre seus pensamentos finais? Pela segunda vez naquela noite, eu estava congelada e não disse nada.

"Eu posso provar sua admiração", refletiu a criatura. “Desde a primeira vez que ele viu você, sentada sozinha lendo um livro. O foco inteligente em seu rosto - a maneira como a luz tocava seu cabelo - ele observou você por quase uma hora antes que ele criasse coragem para dizer olá."

"Ele nunca me disse que estava assistindo ..."

"Eu posso provar o seu amor", ele assobiou. “O frescor de seu coração, me enche. Suficiente para suportar cem anos de adversidade. Até a noite no final de todos os dias, quando a idade roubar tudo, menos a graça do seu espírito, ele teria amado você."

Eu tive que ouvir isso. Mesmo chorando, eu não fugiria. Este foi meu consolo e minha punição. Dois em um. O monstro ficou em silêncio por um longo momento antes de dizer:

“Eu amo você também.”

Foi choque suficiente para suspender meus soluços ofegantes.

"Com tudo o que ele era, eu sou", sibilou. "Eu te amo com todo seu coração."

A criatura pulsou. Então, novamente, a ondulação subindo e descendo pela sua massa carnuda enquanto se contorcia. O coração estava à vista, cru e úmido e ainda batendo onde estava agarrado na boca da criatura. Então, engolindo, o coração desapareceu ainda batendo todo o caminho.

"Estou de volta", disse a segunda boca, falando com a voz do meu amor tão clara quanto ar da montanha. "Vamos começar de novo, ok? Não pense demais. Não faça suposições. Não tenha medo. Você quer se casar comigo?"

Eu comecei a chorar de novo. "Sim querido. Claro que sim. Sempre foi sim.”

Eu não iria perder o amor verdadeiro duas vezes em uma só noite. Além disso, talvez agora papai finalmente cale a boca só por amá-lo por sua aparência.

Assim ela terminou a história dela. Mais uma vez. Talvez em um outro mundo um dia ela pudesse. Eu me afastei sem dar as costas e tranquei a porta resistente deixando-a no conforto de sua camisa de força em sua cela acolchoada. Talvez ela até pudesse, se as coisas fossem diferentes. Dizem que tudo é possível hoje em dia. De vez em quando, garotas bonitas também calham de ser psicopatas e por onde passam, vão deixando tudo sujo. Despedaçam e comem de coração. De coração.

horror+stories+blogs

Dicas e sugestões são muito bem vindas.


Até Breve!

🙂

Textos Psicopatas

-----------------------

OBS:
Este texto, é um mix de lembranças relacionadas a contos e filmes de terror.

-----------------------

Eu vou te matar

Talvez amanhã
Talvez na próxima semana ou ano

E não há nada que você possa fazer

Eu não sou humano
Eu não sou flor
Eu não sou do espaço

Eu vou crescer dentro de você

Eu posso ser sua loucura
Eu posso ser a tristeza
Eu posso ser solidão

Certamente
Eu estarei em cima de você

Oh céus,

Eu vou chover em você
Como um granizo ácido

Eu vejo você da sua janela
Eu te vejo do seu jardim
Eu vejo você de webcams

Não há lugar para você se esconder

Eu odeio sua mãe
Eu posso matar seus amantes

Na verdade eu sou seu "Big Brother"
O pior olho do mal

eu vou te matar
E você vai implorar para eu fazer isso
Para poder entrar no esquecimento

Será arranhado e depois apagado
Este será o fim da sua vida
O fim dos arquivos
O fim de suas mentiras

-----------------------

OBS:
Escrevi este texto primeiro em inglês depois traduzi para o português.

-----------------------

I'm gonna kill you

Maybe tomorrow
Maybe next week or year

And there's nothing you can do

I'm not human
I'm not flower
I'm not from out space

I will grow inside of you

I can be your madness
I can be the sadness
I can be loneliness

Surely
I will be all over you

Oh dear,

I will rain on you
Like an acid hail

I see you from your window
I see you from your garden
I see you from web cams

There's no place for you to hide

I hate your mother
I can kill your lovers

Actually I am your "Big Brother"
The worst evil eye

I'm gonna kill you
And you're going to beg for me to do this
To be able to go into oblivion

Will be scratched and then deleted
This will be the end of your life
The end of files
The end of your lies

-----------------------

Texto, Bobagens, Mentiras e Invenções

Conto: O Vigia Sensor Vigilante

Era hora de trabalhar.

Foi um dia, veio outro.

Era uma vez meus sonhos, sonhos agora esquecidos.

Neste dia triste, tiro a poeira deles e os afago com frios dedos dormentes e irônica admiração, pela ingenuidade da jovem que os sonhou.

O turno da noite seria longo.

Nesta época todos são assassinos.

Meu trabalho é vigilância.

Fico acordada para outros dormirem tranquilos.

Aceito.

Bloqueio.

Persigo pessoas pela rede de noite.

Noite de solitária vigilância é bem vinda, porque os indivíduos e as sociedades, os perdedores e os vencedores, o joão-ninguém e os donos da terra, do poder e do sistema, os criminosos propriamente ditos e os governos ou estados própria ou impropriamente estabelecidos todos são matadores.

Fui instruída.

Há o crime individual e o crime institucional.

O Estado, parte efetiva desta eterna luta que vem do início da raça, é o sobrevivente.

Eu trabalho para o Estado.

O trabalho até que não é ruim.

As noites tem mais de 12 horas.

O pagamento é razoável.

Porém o serviço não é nada fácil.

Nenhuma nação, nenhuma religião, nenhum sistema econômico, nenhum corpo de conhecimento pode oferecer todas as respostas quando está em jogo a nossa insanidade.

Sem companhia, sem nada acontecendo, sem nada para fazer além de olhar para as paredes e monitorar, vigiar, catalogar, punir, banir e bloquear.

Olhar paredes de concreto nu sem pintura.

Caminhar rondando setores diferentes a cada hora.

Durante o intervalo entre o caminhar, ficar vigiando monitores.

Observar no computador alertas dos sensores de movimento.

Escrever os mesmos repetitivos relatórios a cada duas horas.

Anos anos neste emprego e nunca fiz nada relevante.

Mas estamos aqui.

Isto era bom um dia.

Sorte tem, a pessoa que consegue suportar rotina.

Lucidez tem a pessoa que espera deste mundo apenas o suficiente e sem dividas, nunca passa necessidade nem deseja coisas inúteis.

Pensava assim.

As paredes ecoam o som de seus passos.

Passou por portas fechadas e trancadas.

Sabia que não havia nada nem ninguém atrás delas, somente mais paredes nuas.

Tanto fazia.

Já desistira de refletir sobre perguntas pessoais.

O silêncio era tanto que consigo ouvir as últimas gotas de chuva batendo em ampla janela blindada.

A imensa estrutura arquitetônica aonde estava era rodeada por estradas gigantescas de concreto.

Da passarela elevada que atravessava, via alguns saguões superdimensionados repletos de concreto nu sem pintura.

O mesmo que nada.

Um nada opressivo.

Aquele era um lugar que fazia a pessoa crer em fantasmas.

Fazia a mente pregar peças na gente.

Se a pessoa aceita rotina, fica calma e vazia, tudo aquilo perde o poder e se torna o que é.

Um espaço com um propósito específico que funciona apenas 4 horas por dia a cada 15 dias.

São 5 vigias em cada turno.

Quatro em cada um dos 4 cantos vigiando 90 graus.

O quinto vigia no centro, vigiando os outros 4 vigias para que eles não fiquem tão sós.

A maldade não mais existe, porque o bem foi embora e só ela permaneceu.

Este emprego é realmente um outro mundo.

Não preciso falar mais nada.

Era o o sensor vigilante.

Puro lixo.

.

Meu caro (a)

.

A maior parte dessa gente vai te enganar o tempo todo.

Só pensam em dinheiro.

A decência e dignidade são distribuídas as pessoas em doses desiguais.

Pare um minuto.

Eu te digo.

Pare um minuto.

Movendo-se tão rapidamente para o outro lado desta festa, minha observação perde-se ao luar.

Minhas especulações tem base.

Vale a pena.

Acho que as coisas sempre foram horríveis.

Todo mundo acha isto, pelo menos as pessoas mais perspicazes.

E eu sei que estão certas.

Já estive em toda parte, já vi de tudo e já fiz de tudo.

Muitos acreditam nisto.

Viver, ver, fazer tudo em toda parte.

Porém não é verdade.

Mas também não desbanca a certeza do horror.

Ninguém é capaz de estar em toda parte, ver de tudo e fazer de tudo.

A carne não aguenta e a mente não suporta.

Algumas pessoas em certas situações deveriam abandonar tudo e fugir.

Poucos escapam, ou quando tentam, é tarde demais.

Há tantas coisas extraordinárias na vida de uma pessoa.

1
A solidão da primeira infância.

2
O exagero de sentimentos sexuais da adolescência, início da idade adulta.

3
A verdadeira certeza que vem na meia-idade de que o mundo não gosta de você e que está constantemente tentando te derrubar.

4
A benção da ausência ou perda constante e progressiva da memória que vem na velhice.

5
A sensatez e a integridade da morte que poupa os seres de coisas insuportáveis.

Somos meros animais nascidos em meio a dores, destinados a morrer.

Temos a Guerra. Todo dia guerras em todos os níveis de alto a baixo. Por dentro e por fora. Guerras dentro de guerras.

A sua descoberta acontece cedo em nós, mas quase nunca guardarmos lembrança disso.

É claro que crianças expostas cedo ao seu aperto mais grosseiro, nunca esquecem essa lição.

Mas aí é mais uma visita indesejada dos pesadelos que entopem a noite, do que guerra propriamente dita.

Aí é da mesma natureza que o crime, uma agressão incompreendida durante a infância, suscitando só medo e trauma.

A verdadeira guerra não é isso.

Não é o confronto de anjos com os demônios.

A guerra é uma coisa dos seres humanos.

De tal forma é um assunto das pessoas que parece difícil aceitar que esteja ausente do paraíso.

É uma coisa que vem de dentro, é um jogo a sério que usa a glória como engodo, apesar de ser mortal que chegue para que não haja possibilidade de retorno ao ponto de partida.

Pode voltar-se em corpo, mas volta-se outro.

A guerra surge da nossa alma onde o inconsciente esperneia e se contorce. Lá ela é construída.

Ela que precede a imaginação e a inteligência, a guerra que possibilita a destreza física e incorpora o conhecimento sensorial da natureza, a que anima a coragem e a vontade de vencer, e a que clama por justiça e busca a honra.

O brandir das armas é apenas vento, um turbilhão que se agita na superfície, resultado da guerra que ja revolucionou a mente, permitindo o delírio rancoroso que veste no outro a farda do horror quando está em perigo a nossa família, o nosso sonho ou a nossa vida.

E a nossa vida está quase sempre em perigo.

A guerra que nos distingue dos animais.

A guerra funda a humanidade.

Antes que parta, gostaria de dizer que tens um desses raros sorrisos que trazem em si algo de segurança e de conforto; um desses sorrisos que encontrei umas quatro ou cinco vezes em toda a vida.

Um sorriso que parece encarar todo o mundo, a eternidade, e então se concentra sobre mim, transmitindo-me uma simpatia irresistível.

Um sorriso que me compreende até o ponto em que quero ser compreendido, acredita em mim como eu gostaria de acreditar em mim mesmo e me garante que tem de mim a impressão mais favorável que eu teria a esperança de comunicar.

Um sorriso Gatsby de alguém que sabe escutar as pessoas.

Por isto, obrigada(o) bom divertimento e até breve pois vou caminhar por aí.

Uma perfeita, precisa lua cheia forte brilha até onde a vista alcança então aproveite bem a festa, pois a noite é uma criança.

.

Bebendo o Morto

.

Em um mundo com diversos continentes, diversos países com diversas culturas divididos em Estados cada um com uma cultura peculiar, cada Estado com regiões e cada uma destas regiões com tradições e culturas especiais; calhou de haver um lugar neste mundo, onde celebrar o morto, beber em homenagem a um ser que morreu acreditarem  que ao beber o morto, uma das pessoas a beber pode virar instrumento.

Beber o morto dá direito ao falecido de desfrutar da embriaguez através do corpo das pessoas que bebem.

O morto, tem ainda o direito de entre todas as pessoas a beber, escolher uma específica para realizar um último ato na terra antes de voltar ao lugar onde estava antes de nascer.

Há mortos que fazem coisas lindas, recitam poemas, contam histórias que o povo e o mundo esqueceu.

Outros cantam músicas tão belas que só poderiam ter sido compostas por anjos de luz.

Mas em certos casos, não é iluminado quando alguma coisa aconteceu de errado e o morto morreu injustamente, contrariado, atraiçoado, assassinado, espancado, estuprado, etc…

Não são muitos que ousam aparecer para beber, e quem bebe em homenagem a este tipo de morto o faz em nome da justiça que as autoridades o diabo e nem deus, foram capazes de conceder ao falecido(a).

Bebem o morto ao cair da tarde e o morto tem até o amanhecer do outro dia para resolver coisas inacabadas.

Isto se a pessoa escolhida, continuar bebendo até o outro dia.

Pois então, assim geralmente quem morre, pode resolver suas pendencias com quem lhe deu a morte.

É o que quase sempre acontece nesta situação.

Muitas vezes o escolhido pelo morto é rapidamente identificado e enjaulado até o sol nascer.

Os entes queridos o escutam e tomam notas, o acalmam da melhor maneira que podem.

Porém, todavia acontece do morto ser esperto e as pessoas não conseguirem identifica-lo, até que seja tarde demais.

Quando isto acontece, quase sempre é um banho de sangue.

Porém todos do lugar sabem que os mortos não se enganam e toda vida, todo corpo que tomba na poeira desta celebração teve o que mereceu sem sombra de dúvida.

Os que morrem, na mão do morto, neste dia também tem o direito de serem celebrados mas, a maior parte das pessoas não gosta de beber em homenagem a assassinos covardes ou pessoas que roubam e cometem qualquer tipo de crime.

Isto porque este tipo de morto(a) chora, hora late como os cães, hora comporta-se como porco e lamenta que logo o dia amanhece pois o lugar que os espera apos a morte, é deveras desagradável.

Uma das histórias mais incríveis, é sobre beber um morto trucidado injustamente e sua vingança usando o corpo de outrem.

Esta história eu sei, e quem sabe um dia, vou te contar.

.

Até Breve

O Magro

 

O homem magro tem longos braços, o rosto é vago, vazio. Um perverso demônio silencioso. Amante da tortura, mutilação. Bebedor se sangue e devorador de almas. De idade indeterminada pode ser que exista entre nós há séculos. Milênios talvez.

Nós tivemos a chance de caçar o homem magro e o pegamos.

Éramos quatro jovens no final da adolescência. Tínhamos força, rapidez, inteligência, recursos e desejo de vingança pois, ele tirou de cada um do nós as coisas que mais amávamos.

Creio que nos tornamos um tanto quanto monstros também para podermos antecipar alguns de seus movimentos e ardis.

No final, pegamos ele.

Batemos nele com grossos ramos me madeira cheia de espinhos.

Nós o esfaqueamos com facas e facões muito afiados.

No final nós vergamos duas árvores fortes, amarramos seus braços e pernas nelas e permitimos que as árvores voltassem deste jeito a sua posições originais violentamente arrancando os braços e pernas do homem magro de seu tórax.

Deixamos seu cadáver para apodrecer nas profundezas daquela vasta floresta densa escura e fria.

Cada um de nós seguiu um caminho e tentamos prosseguir com os cacos de nossas vidas.

Mas o homem magro não morreu.

Esta constatação vei a nós ao longo dos anos em pedaços.

Notícias desencontradas, desaparecimentos, relatos estranhos.

Pequenas notícias escritas em jornais de cidades do interior, depoimentos de pessoas enlouquecidas amarradas como animais em manicômios.

Ele é visto em áreas abertas por entre as árvores.

No acostamento de estradas quase desertas.

A noite, ele te observa pelas janelas esquecidas abertas.

Em salas escuras com portas destrancadas.

Seu reflexo é visto em monitores desligados.

Ele é encontrado também camuflado em grandes multidões.

Agora ele mata crianças.

Crianças com menos de 16 anos.

Ele pode alongar os braços e pernas tornando-se muito comprido e te alcança onde que que você se esconda.

Ele pode controlar o corpo da vítima.

Caso você o veja, corra por sua vida.

Se for pego, vai acordar amarrado na árvore onde ele morreu sentindo dor agonizante em seus membros.

Cordas puxando com força teus braços e pernas.

Ele vai te fazer uma única pergunta.

Se responde corretamente ele quebrará teus braços e pernas.

Se responder errado, os longos dedos dele, penetrarão por teu pescoço bem devagar e ele irá arrancar o teu coração.

Cuidado.

Ele pode estar neste momento bem mais perto de você do que imagina.

Eu mesmo o vi ontem nas sombras aos pés da escada daqui de casa.

.

O Preço

2017

.

Aqui nestas terras, tem admiráveis coisas lindas.

Aqui também tem horrores fatais terríveis.

Eu não sei o quanto custa as pessoas.

Eu sei, apenas o quanto elas me pagam.

Já te disse, sou o guia turístico.

Você agendou este passeio comigo para hoje.

Hoje, você vê este belo e grande lago aí na nossa frente.

Está vendo?

Sente a umidade no ar?

É apenas o teu verão.

Você só tem apenas este verão.

Vê o vento sereno soprando sobre a superfície das águas ligeiramente encapeladas?

Vê a vasta e alta floresta espelhada nas limpas águas escuras?

Ela, a floresta, é profunda também.

Cavernas, nascentes, ravinas, monumentos pré-históricos e toda uma vida selvagem cheia de energia e fome.

Mas eu te guio para onde não existe fera que vai querer lhe comer.

Você vai se divertir.

Agora o vento amainou, o lago está como se fosse um espelho.

Aproveite o momento, e tire umas fotos.

E eu sei que como eu, você pode enxergar as nuvens e o céu azul nas águas.

Como é linda a luz do sol refletindo este mundo invertido; não é mesmo?

Neste espelho.

Mas muitas vezes, o espelho não é o que as águas deste imenso lago reflete.

O espelho é o mundo e se você entrar neste lago no momento certo, dizem, que se chega a um outro lugar.

Pois bem, alguns me chamam de guia.

Guia florestal.

Agente de turismo.

Naturista.

Louco feiticeiro.

Guardião de portais.

Louco, lunático, até mesmo deficiente mental.

E por aí vai…

Eu acabo tendo muitos nomes, no fim das contas.

Acho que já que, você está aqui comigo admirando toda esta beleza, há de me dar um pouco de crédito.

Mas quase ninguém se importa de me perguntar meu verdadeiro nome.

Não perguntam de onde eu vim.

Turistas não se importam muito com guias, acho.

Turistas querem curtição, diversão, sossego e também aventura.

E por você, aqui estou eu.

Apenas sabem que existe uma pessoa autorizada pelo governo a administrar, orientar, manter a ordem e proteger esta natureza e os visitantes.

Eu e minha pequena equipe.

Mas como posso perceber que você se importa um pouco conosco, te direi.

Ninguém sabe, mas eu nasci bem lá no fundo deste grande lago.

Antes das máquinas movimentarem terras.

Engenheiros desviarem riachos e rios.

Na base deste vale afogado, existia uma cidade humilde cheia de vida.

Hoje em dia, é lago represa adornado de florestas, barras e fauna selvagem.

Parece que algo dos moradores da cidade afogada ainda existe.

Mas é apenas lembrança.

Ironias de fantasmas.

Gente que vive, mas morreu faz muito tempo.

Está vendo aquela parte do lago ali?

Lá num mergulho apneia de 20 metros anos atrás, a pressão me fez sonhar.

Vi os telhados e ruas distantes lá no fundão.

Sombras caminhavam pelas ruas a me chamar.

Prosseguindo na trilha.

Vamos, vamos.

Voltando ao início.

Tire a última fotografia.

E fim.

Até Breve.

Volte sempre.

.

Muita coisa

2017

.

Olha, eu não posso te dar muita coisa.

Você sempre quis muito.

Sempre quis o mundo e o fundo.

Mas o tempo passou e você tá mal.

Eu não posso te dar muita coisa.

Mas eu posso ter dar um bom prato de comida.

Eu posso te dar alguma coisa para beber.

Tem uma cama sobrando e nela tu pode dormir hoje.

Se tiver frio tem uma coberta limpa pra te aquecer.

No banheiro tem uma escova de dentes na caixa.

Tem um sabonete.

Tem uma toalha limpa.

O chuveiro tem água morna.

Eu tenho milho sobrando.

Eu tenho uns pedaços de queijo.

Eu tenho um pouco de verdura.

Uns pedaços de carne macia.

Não tem bicho na casa, eu usei ectoplasma pra afastar eles.

Só de esquisito aqui, é eu este fantasma.

Vou te dando o que você precisa sem você saber.

Eu vou abrir as nuvens do céu na madrugada.

Quando você acordar, será um dia lindo.

Você se sentirá bem e animado(a).

Aí você vai embora desta casa assombrada e encontrará teu destino.

E eu estarei contigo.

As vezes teu bem.

As vezes teu mal.

 

fim.